O médico e deputado federal Dr. Sinval Malheiros (Podemos – SP) quer incluir o nome de Albino Alves da Cunha e Silva, o Padre Albino, no Livro dos Heróis da Pátria. Para isso, protocolizou, na Câmara Federal, o projeto de lei 10047/2018. A matéria já foi distribuída e aguarda a indicação de relator na Comissão de Cultura na Câmara Federal.
Nascido em 21 de setembro de 1882, na aldeia de Codeçoso, Província do Minho, Monsenhor Albino Alves da Cunha e Silva chegou ao Brasil aos 30 anos de idade, em um mesmo 21 de setembro, no ano de 1912, dois anos depois do início da Revolução de Portugal que expulsou os jesuítas daquele País. Para o deputado médico, “o maior presente que o nosso Brasil ganhou”.
Em sua justificação, Malheiros afirma que Monsenhor Albino pautou toda a sua vida em exemplos de bondade, caridade e amor ao próximo. “Desprendeu-se de si mesmo e dedicou-se inteiramente aos seus semelhantes. Amenizar o sofrimento de um irmão foi a razão do seu viver. Chamado “Apóstolo da Caridade”, foi o maior benfeitor da história da cidade de Catanduva, na região Noroeste de São Paulo. Foi entusiasta e responsável direto de várias grandes obras em Catanduva e redondezas, tais quais o Asilo dos Velhos; a Vila de São Vicente; o Colégio Nossa Senhora do Calvário; a Casa da Criança Sinharinha Netto; o Orfanato Ortega Josué; o Educandário São José; o Colégio Comercial Catanduva; as Faculdades de Administração, Educação Física e Medicina da região, além de dezenas de capelas na própria cidade e em vilas próximas”, ressalta.
Imprensa – Dr. Sinval Malheiros citou ainda, para justificar seu projeto, artigo publicado nas páginas do jornal O Regional, assinado pelo engenheiro e ex-prefeito de Catanduva João Righini, lembrando a rotina de Monsenhor Albino, que para fazer todas suas obras de benemerência funcionar todos os dias, tinha que acordar muito cedo e, de porta em porta da cidade, sair em busca de donativos, não importando qual a religião do seu doador. “Ninguém tinha coragem de lhe negar uma contribuição, pois era solicitada de maneira humilde por um homem Santo. Santidade é, em vida, se abster do mínimo conforto, viver sem nunca prejudicar um semelhante, viver para socorrer crianças abandonadas, velhos sem rumos, famílias desestruturadas e, principalmente pessoas pobres e enfermas”.
Em sua caminhada, Padre Albino teve muita dor e sofrimento. Sofreu 12 quedas e várias fraturas. Duas vezes, queda de avião. Passou por sete grandes cirurgias; sofreu insultos e ameaças, sem se afligir, sem se queixar, sem odiar a quem quer que seja. Com 76 anos saiu a pé em busca de donativos para os seus queridos pobres e caiu em um grande buraco, fraturando o fêmur da perna direita. Ficou hospitalizado por 6 meses. Sarou, mas ficou com uma perna mais curta do que a outra uns 3 ou 4 cm.
O título de Monsenhor foi concedido pela Santa Sé, a pedido de Dom Lafayette Libânio. “Enfim, os feitos deste grande homem, que morreu em 1973, são suficientes para atribuir-lhe a condição de Herói da Pátria, pois todas as suas ações contribuíram para a construção de um Brasil menos injusto e mais solidário. Portanto, na linha do preceituado por nossa Carta Constitucional, é, indubitavelmente, um Herói”, finaliza Dr. Sinval Malheiros.
Saiba mais – Dez grandes páginas de aço, além de várias outras a serem ainda preenchidas, formam o “Livro dos Heróis e das heroínas da Pátria”, guardado no Panteão da Pátria Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes em Brasília. Quarenta brasileiros já tiveram seus nomes inscritos no livro.
É variado o conjunto de personalidades que integram o livro de aço, mas há destaque para os líderes militares. Entre os homenageados, há apenas duas mulheres: Anna Nery e Anita Garibaldi. Inscrito em 1989, Tiradentes abre a relação dos heróis. Também consta do livro, sem a indicação individualizada dos nomes, um tributo aos seringueiros recrutados para trabalhar na coleta de látex durante a Segunda Guerra Mundial, os Soldados da Borracha.
Para que um novo nome seja incluído no Livro dos Heróis da Pátria, o Senado e a Câmara dos Deputados precisam aprovar uma lei. A última nova inscrição foi feita em 2012, com os líderes da revolta dos colonos brasileiros contra a invasão holandesa no Nordeste, no século 17.
Confira inteiro teor da propositura neste link: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2172332
Fonte: Assessoria/Deputado